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Você sabe o que são as malformações congênitas do sistema respiratório? Elas são alterações que ocorrem no desenvolvimento dos pulmões e das vias aéreas durante a gestação, podendo causar problemas respiratórios nos bebês e nas crianças.
Quais são os tipos mais comuns de malformações congênitas do sistema respiratório?
As malformações congênitas do sistema respiratório podem afetar diferentes partes dos pulmões e das vias aéreas, como os brônquios, os bronquíolos, os alvéolos e os vasos sanguíneos. Elas podem ser isoladas ou associadas a outras anomalias genéticas ou cromossômicas.
Alguns dos tipos mais comuns de malformações congênitas do sistema respiratório são:
- Malformação adenomatóide cística congênita (MACC): é uma alteração na formação dos bronquíolos terminais, que ficam dilatados e cheios de líquido. A MACC pode afetar um ou mais lobos pulmonares, causando compressão dos tecidos adjacentes e dificuldade para respirar.
- Sequestro pulmonar: é uma porção de tecido pulmonar que não se comunica com as vias aéreas normais e recebe irrigação sanguínea de uma artéria anômala. O sequestro pulmonar pode ser intralobar (dentro de um lobo pulmonar) ou extralobar (fora do parênquima pulmonar).
- Hipoplasia pulmonar: é uma redução no tamanho e no número de alvéolos, bronquíolos e vasos pulmonares, levando a uma diminuição da capacidade respiratória. A hipoplasia pulmonar pode ser causada por fatores genéticos ou ambientais, como restrição do espaço intrauterino ou oligoâmnio (diminuição do líquido amniótico).
- Fístula traqueoesofágica: é uma comunicação anormal entre a traqueia e o esôfago, que pode causar aspiração de alimentos e saliva para os pulmões, provocando infecções e pneumonias. A fístula traqueoesofágica geralmente está associada a uma atresia esofágica (ausência de continuidade do esôfago).
- Agenesia ou aplasia pulmonar: é a ausência total ou parcial de um ou ambos os pulmões, podendo estar relacionada a outras malformações cardíacas ou esqueléticas. A agenesia ou aplasia pulmonar causa insuficiência respiratória grave.
Quais são os sintomas e as complicações que elas podem provocar?
Os sintomas das malformações congênitas do sistema respiratório dependem do tipo, da localização e da extensão da lesão. Eles podem se manifestar logo após o nascimento ou mais tarde na infância.
Alguns dos sintomas mais frequentes são:
- Dificuldade para respirar;
- Cianose (coloração azulada da pele e das mucosas);
- Taquipneia (respiração rápida);
- Tosse;
- Infecções respiratórias recorrentes;
- Hemoptise (tosse com sangue);
- Dor torácica;
- Insuficiência cardíaca.
As complicações das malformações congênitas do sistema respiratório podem ser:
- Hipertensão pulmonar (aumento da pressão nas artérias dos pulmões);
- Insuficiência respiratória (incapacidade dos pulmões de oxigenar o sangue adequadamente);
- Infecções bacterianas ou fúngicas nos pulmões;
- Sangramentos pulmonares;
- Pneumotórax (acúmulo de ar entre as pleuras, causando colapso do pulmão);
- Morte.
Como elas são diagnosticadas e tratadas?
O diagnóstico das malformações congênitas do sistema respiratório pode ser feito antes ou depois do nascimento, dependendo da gravidade e da visibilidade da lesão.
O diagnóstico pré-natal pode ser feito com a ecografia obstétrica, que permite visualizar as estruturas pulmonares e cardíacas do feto. Em alguns casos, pode-se realizar uma ressonância magnética fetal ou uma amniocentese (coleta de líquido amniótico) para confirmar o diagnóstico e descartar outras anomalias.
O diagnóstico pós-natal pode ser feito com exames clínicos, laboratoriais e de imagem, como radiografia de tórax, tomografia computadorizada, ecocardiograma, broncoscopia e arteriografia.
O tratamento das malformações congênitas do sistema respiratório depende do tipo, da localização e da extensão da lesão, bem como da presença de sintomas e complicações.
O tratamento pode ser:
- Conservador: consiste em monitorar a evolução da lesão e tratar as infecções e as crises respiratórias que possam ocorrer. Esse tipo de tratamento é indicado para as lesões assintomáticas ou de baixo risco cirúrgico.
- Cirúrgico: consiste em remover a lesão pulmonar e restaurar a função respiratória. Esse tipo de tratamento é indicado para as lesões sintomáticas ou de alto risco de complicações. A cirurgia pode ser realizada por via aberta (toracotomia) ou por via minimamente invasiva (toracoscopia ou cirurgia robótica).
Como prevenir e cuidar das crianças com essas malformações?
A prevenção das malformações congênitas do sistema respiratório envolve o cuidado com a saúde da gestante e do feto, como:
- Realizar o pré-natal adequado, com consultas regulares e exames periódicos;
- Evitar o consumo de álcool, tabaco e drogas durante a gravidez;
- Evitar a exposição a agentes infecciosos ou tóxicos durante a gravidez;
- Realizar a ecografia obstétrica para detectar precocemente as possíveis malformações.
O cuidado com as crianças com essas malformações envolve o acompanhamento médico especializado e o apoio familiar, como:
- Seguir as orientações médicas quanto ao tratamento conservador ou cirúrgico;
- Manter as vacinas em dia para prevenir doenças respiratórias;
- Evitar o contato com pessoas doentes ou com sintomas respiratórios;
- Evitar a exposição a fatores que possam irritar ou inflamar os pulmões, como fumaça, poeira, pelos de animais, etc.;
- Estimular o desenvolvimento físico e psicológico da criança.
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