Bronquiolite viral aguda: como identificar, quando procurar ajuda médica e como aliviar o desconforto do seu bebê

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Se o seu bebê está com tosse, chiado no peito e dificuldade para respirar, ele pode estar com bronquiolite viral aguda, uma infecção que afeta os bronquíolos, os pequenos brônquios dos pulmões. Essa doença é muito comum em crianças menores de dois anos, principalmente no outono/inverno. 

A bronquiolite viral aguda, na maioria das vezes, não é grave na maioria dos casos, mas requer atenção e cuidados especiais para evitar complicações. Neste post, você vai aprender como identificar os sintomas da bronquiolite viral aguda, quando levar o seu bebê ao médico e o que fazer para aliviar o sofrimento dele. Acompanhe!

O que é bronquiolite viral aguda e quais são as suas causas

A bronquiolite viral aguda é uma inflamação dos bronquíolos, que são as ramificações mais finas dos brônquios, responsáveis por levar o ar até os alvéolos pulmonares. Essa inflamação é provocada por uma infecção viral, que causa edema, secreção e obstrução das vias aéreas.

O principal vírus causador da bronquiolite viral aguda é o vírus sincicial respiratório (VSR), mas outros vírus também podem estar envolvidos, como o rinovírus, o vírus parainfluenza, o vírus influenza A e B, o metapneumovírus humano, o adenovírus, entre outros.

A transmissão da bronquiolite viral aguda ocorre pelo contato direto com as secreções respiratórias de pessoas infectadas, que podem ser espalhadas pela tosse, pelo espirro ou pelas mãos. Por isso, é importante evitar o contato do seu bebê com pessoas resfriadas ou gripadas e higienizar bem as mãos antes de tocá-lo.

Quais são os principais sintomas da bronquiolite viral aguda e como diferenciá-la de outras doenças respiratórias

A bronquiolite viral aguda se manifesta inicialmente como um resfriado comum, com obstrução nasal, coriza clara, tosse seca, febre baixa e irritabilidade. Após um ou dois dias, os sintomas podem se agravar,  evoluindo com sinais de dificuldade respiratória, como:

  • Taquipneia (respiração rápida)
  • Retrações (afundamento da pele entre as costelas ou abaixo do esterno)
  • Estertores (ruídos semelhantes a bolhas nos pulmões)
  • Sibilância (chiado no peito)
  • Batimento das asas do nariz
  • Cianose (coloração azulada dos lábios ou das unhas)

A bronquiolite viral aguda pode ser confundida com outras doenças respiratórias que também causam chiado no peito, como a asma ou a pneumonia. Por isso, é importante consultar um pediatra para fazer o diagnóstico correto e descartar outras possíveis causas.

Quando é necessário procurar ajuda médica e como é feito o diagnóstico e o tratamento da bronquiolite viral aguda

Se o seu bebê apresentar algum dos sintomas descritos acima, você deve levá-lo ao pediatra para uma avaliação clínica. O médico vai examinar o seu filho e verificar os sinais vitais, como a frequência cardíaca, a frequência respiratória e a saturação de oxigênio no sangue.

O diagnóstico da bronquiolite viral aguda é feito principalmente pela história clínica e pelo exame físico do paciente. Em alguns casos, podem ser solicitados exames complementares, como radiografia de tórax, hemograma, gasometria arterial e teste rápido para identificar o vírus causador da infecção.

O tratamento da bronquiolite viral aguda é baseado no suporte respiratório e na hidratação do paciente. Não há um medicamento específico para combater o vírus. Tendo em vista que Bronquiolite é diferente de asma ou bronquite, os medicamentos frequentemente utilizados para asma, como broncodilatadores (sasbutamol) e corticóides orais não funcionam.

A maioria dos casos de bronquiolite viral aguda pode ser tratada em casa, com acompanhamento ambulatorial. No entanto, alguns bebês podem precisar de internação hospitalar para receber oxigênio suplementar ou ventilação mecânica, caso apresentem sinais de insuficiência respiratória. Os fatores que indicam maior risco de internação são:

  • Idade menor que três meses
  • Prematuridade
  • Doença cardíaca ou pulmonar crônica
  • Imunodeficiência
  • Baixo peso ao nascer
  • Sinais de gravidade, como sonolência, gemência, cianose e pausas respiratórias

Quais são os cuidados que você deve ter com o seu bebê durante a bronquiolite viral aguda e como aliviar o desconforto dele

Durante o período da bronquiolite viral aguda, você deve ter alguns cuidados especiais com o seu bebê para garantir a recuperação dele e evitar complicações. Veja algumas dicas:

  • Mantenha o seu bebê bem hidratado, oferecendo água, leite materno ou fórmula infantil com frequência. Evite sucos, refrigerantes ou chás.
  • Mantenha o ambiente arejado e umidificado.
  • Quando necessário, limpe as narinas do seu bebê com soro fisiológico e aspire as secreções com uma seringa ou um aspirador nasal. Isso vai facilitar a respiração dele e evitar a obstrução das vias aéreas.
  • Evite expor o seu bebê ao fumo passivo, pois isso pode piorar a inflamação dos brônquios e aumentar o risco piorando os sintomas..
  • Observe atentamente o padrão respiratório do seu bebê e procure ajuda médica imediatamente se ele apresentar sinais de piora, como aumento da frequência respiratória, retrações intensas, cianose ou sonolência.

Como prevenir a bronquiolite viral aguda e quais são as possíveis complicações da doença

A melhor forma de prevenir a bronquiolite viral aguda é evitar o contato do seu bebê com pessoas doentes e lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou álcool gel. Outras medidas preventivas são:

  • Amamentar o seu bebê exclusivamente até os seis meses de idade e complementarmente até os dois anos ou mais. O leite materno contém anticorpos que protegem o seu filho contra várias doenças.
  • Vacinar o seu bebê conforme o calendário vacinal recomendado pelo Ministério da Saúde. Algumas vacinas podem prevenir doenças que causam bronquiolite viral aguda, como a influenza 
  • Evitar aglomerações e locais fechados, especialmente no inverno, quando há maior circulação dos vírus respiratórios.
  • Para os bebês que têm fatores de risco para desenvolver formas graves de bronquiolite viral aguda, existe um medicmento específico contra o VSR, chamado palivizumabe. Esse medicamento é aplicado mensalmente durante os meses de maior incidência da doença e pode reduzir as chances de internação. No entanto, ele está disponível na rede pública de saúde apenas para casos especiais e deve ser prescrito pelo médico.

A bronquiolite viral aguda geralmente tem um bom prognóstico e não deixa sequelas nos pulmões.

Lembre-se de que a prevenção é a melhor forma de evitar essa e outras doenças respiratórias que podem afetar os pequenos.

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Até a próxima!

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