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Alergias respiratórias e alimentares são comuns na infância e, dificilmente, passam despercebidas, principalmente no caso das reações a alimentos, como a APLV (Alergia à Proteína do Leite de Vaca). Isso porque, geralmente, alguns dos sintomas aparecem rapidamente, como as erupções cutâneas e a diarreia, por exemplo.
Inclusive, normalmente as pessoas confundem a APLV com a intolerância à lactose, devido às semelhanças entre as duas condições. Porém, são problemas diferentes, e neste artigo você entenderá o que é a alergia à proteína do leite de vaca, quais são as suas possíveis causas e quando procurar atendimento médico.
Siga a leitura!
O que é APLV?
APLV significa alergia à proteína do leite de vaca. É uma alergia alimentar, caracterizada pela reação do sistema imunológico a proteínas do leite.
Em geral, os sintomas de APLV iniciam no primeiro ano de vida. Cerca d 80% das crianças alérgicas a leite vão perder a alergia à medida que vão crescendo, mas 20% vão carregar este problema na vida adulta.
Os sintomas da APLV podem ser moderados ou graves, e impactam o sistema digestivo, o sistema respiratório e a pele. Estas são as possíveis reações que seu filho pode ter ao consumir leite de vaca, caso seja alérgico:
- Dificuldade para engolir;
- Falta de apetite;
- Vômitos;
- Cólicas intestinais;
- Diarreia;
- Prisão de ventre;
- Dor abdominal;
- Respiração com chiado;
- Coriza;
- Erupção cutânea;
- Urticária;
- Coceira na pele.
Como diagnosticar APLV?
Se você notar sintomas de alergia à proteína do leite de vaca em seu filho, leve-o para uma consulta com um alergista pediátrico. O médico deve solicitar alguns exames para ter certeza do diagnóstico.
O mais corriqueiro é o teste cutâneo. O exame de sangue para medir a quantidade de anticorpos IgE direcionados ao leite, também pode ser utilizado, mas deve ser interpretado com cautela. Tanto o teste alérgico quanto a medida da IgE no sangue ponter ter resultados falsos positivos. Portanto, um exame positivo não é suficiente para confirmar o diagnóstico.
Quando os exames acima e a história não são suficientes para confirmar o diagnóstico, pode-se optar pelo teste de provação oral(TPO). Sob supervisão médica, o paciente é orientado a consumir a proteína do leite em quantidades crescentes sendo observado pelo médico.
O diário alimentar também pode fazer parte dessa fase investigativa. Nesse caso, é preciso elaborar um relatório detalhado com tudo o que a criança comeu e bebeu, e registrar quaisquer sintomas que apareçam após o consumo de alimentos que contêm proteína do leite de vaca.
Além disso, pode ser solicitada uma endoscopia para averiguar se há ocorrência de outros problemas gastrointestinais.
Quais as possíveis causas da APLV?
A alergia à proteína do leite de vaca não tem uma causa exata. No entanto, alguns fatores podem aumentar o risco da criança desenvolver a condição. São estes os principais:
- Histórico familiar de alergias alimentares;
- Consumo excessivo de leite de vaca e derivados por parte da mãe durante a gestação ou fase de amamentação;
- Introdução precoce ao leite de vaca na alimentação do bebê.
Qual a diferença entre a intolerância à lactose e a APLV?
É fundamental sanar a dúvida que existe em relação à APLV e intolerância à lactose. Saiba que são condições diferentes, apesar de ambas estarem associadas ao consumo de leite e derivados.
Conforme já explicamos, a APLV é uma resposta imunológica diante da presença da proteína do leite de vaca no organismo. O sistema imunológico identifica o componente e produz anticorpos, desencadeando os sintomas alérgicos.
Já a intolerância à lactose está relacionada a uma insuficiência intestinal na produção de lactase, a enzima necessária para digerir a lactose.
Explicamos: a lactose é um tipo de açúcar presente no leite de vaca e derivados; e a lactase é responsável por quebrar a lactose em partículas menores para o organismo conseguir absorvê-lo. Quando a enzima não consegue cumprir seu papel, a pessoa intolerante pode apresentar dor abdominal, gases, e diarreia.
A intolerância à lactose é mais comum em adultos, enquanto a APLV é mais recorrente em bebês e crianças pequenas. Afinal, o organismo dos pequenos ainda não conhece aquela substância e por isso produz os anticorpos.
Quando devo procurar ajuda médica?
Em primeiro lugar, é importante que você tenha hábitos preventivos para evitar que o bebê desenvolva a doença. Crianças em risco de desenvolver APLV devem ser introduzidas ao leite de vaca precocemente de forma regular (no mínimo 3 a 4 vezes por semana), a partir de 4 meses de vida. Estudos recentes indicam que a introdução do leite de vaca deve ser feita a partir de 1 mês de idade. Basta 10ml por dia, fato que não afeta o uso de leite materno, que é essencial para a criança.
Caso apareçam sintomas digestivos, respiratórios e cutâneos após a criança consumir leite de vaca e produtos lácteos, agende uma consulta imediatamente. O diagnóstico deve ser feito rapidamente, pois o tratamento envolve a restrição absoluta de leite de vaca e derivados.
A alergia à proteína do leite de vaca pode ser uma condição grave, uma vez que a reação alérgica pode ser muito intensa e causar reação anafilática. Por isso, tenha máxima atenção ao oferecer alimentos lácteos ao seu filho e, diante de sinais de APLV, leve-o ao pediatra.
Hoje é possível oferecer alimentos assados contendo leite e até vacina oral para leite. Estes tratamentos devem ser administrados em pacientes selecionados e orientados pelo alergista
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