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A obesidade infantil é um problema de saúde pública que afeta milhões de crianças no Brasil e no mundo. Além de aumentar o risco de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e câncer, a obesidade infantil também pode prejudicar a saúde respiratória das crianças, causando dificuldades para respirar, apneia do sono, asma, hipertensão pulmonar e outras complicações. Neste post, vamos explicar quais são as causas, os sintomas e as consequências da obesidade infantil para a saúde respiratória, e como prevenir e tratar esse problema.
Causas da obesidade infantil e da saúde respiratória comprometida
A obesidade infantil é causada por um desequilíbrio entre a ingestão e o gasto de energia, ou seja, quando a criança consome mais calorias do que queima. Isso pode ser influenciado por fatores genéticos, ambientais, comportamentais e sociais. Alguns dos principais fatores que contribuem para a obesidade infantil são:
- Alimentação inadequada, rica em alimentos ultraprocessados, açúcares, gorduras e sal, e pobre em alimentos naturais, como frutas, verduras e legumes.
- Sedentarismo, ou seja, a falta de atividade física regular, que ajuda a queimar calorias e fortalecer os músculos e os ossos.
- Uso excessivo de telas, como televisão, computador, celular e videogame, que reduzem o tempo de brincadeiras ao ar livre e estimulam o consumo de alimentos não saudáveis.
- Fatores psicológicos, como estresse, ansiedade, depressão e baixa autoestima, que podem levar a criança a comer mais por compulsão ou como forma de aliviar as emoções negativas.
A obesidade infantil pode afetar a saúde respiratória das crianças de várias formas, como:
- Aumentar a pressão sobre o diafragma e os pulmões, dificultando a expansão e a contração desses órgãos, e reduzindo a capacidade respiratória.
- Alterar a composição e a função das vias aéreas, favorecendo a inflamação, o estreitamento e a obstrução dessas estruturas, e aumentando o risco de infecções respiratórias.
- Provocar a síndrome da apneia obstrutiva do sono, que é caracterizada por pausas na respiração durante o sono, causadas pelo relaxamento excessivo dos músculos da garganta, que bloqueiam a passagem do ar. Essa condição pode levar a hipóxia (baixa oxigenação do sangue), hipercapnia (aumento do gás carbônico no sangue), arritmias cardíacas e sonolência diurna.
- Agravar a asma, que é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, que causa tosse, chiado no peito, falta de ar e crises de broncoespasmo (contração dos brônquios). A obesidade infantil pode aumentar a frequência, a intensidade e a duração das crises de asma, e reduzir a resposta aos medicamentos anti-inflamatórios e broncodilatadores.
- Causar hipertensão pulmonar, que é o aumento da pressão nas artérias que levam o sangue do coração para os pulmões. Essa condição pode sobrecarregar o lado direito do coração, causando insuficiência cardíaca, edema (inchaço) nas pernas, falta de ar e cansaço.
Sintomas da obesidade infantil e da saúde respiratória comprometida
Os sintomas da obesidade infantil e da saúde respiratória comprometida podem variar de acordo com a gravidade e a extensão do problema, mas alguns dos mais comuns são:
- Ganho de peso excessivo e rápido, acima dos padrões de crescimento e desenvolvimento para a idade e o sexo da criança.
- Dificuldade para respirar, especialmente ao realizar esforços físicos, como subir escadas, correr ou brincar.
- Roncos, pausas respiratórias, respiração bucal e boca seca durante o sono, que podem indicar a presença de apneia do sono.
- Tosse, chiado no peito, falta de ar e crises de broncoespasmo, que podem indicar a presença ou o agravamento de asma.
- Cansaço, fadiga, sonolência, irritabilidade, dificuldade de concentração e de aprendizado, que podem ser consequências da má qualidade do sono e da baixa oxigenação do sangue.
- Inchaço nas pernas, dor no peito, palpitações, tonturas e desmaios, que podem ser sinais de hipertensão pulmonar e insuficiência cardíaca.
Consequências da obesidade infantil e da saúde respiratória comprometida
A obesidade infantil e a saúde respiratória comprometida podem trazer diversas consequências negativas para a saúde e a qualidade de vida das crianças, como:
- Aumentar o risco de desenvolver doenças crônicas, como diabetes, hipertensão, colesterol alto, doenças cardiovasculares e câncer, na infância ou na vida adulta.
- Reduzir a expectativa de vida, a produtividade, a autonomia e a autoestima das crianças, afetando sua saúde física, mental, emocional e social.
- Causar problemas ortopédicos, como deformidades nos ossos, nas articulações e na coluna, que podem levar a dores, limitações de movimento e incapacidade funcional.
- Causar problemas psicológicos, como depressão, ansiedade, transtornos alimentares, bullying e discriminação, que podem prejudicar o desenvolvimento cognitivo, afetivo e comportamental das crianças.
Prevenção e tratamento da obesidade infantil e da saúde respiratória comprometida
A prevenção e o tratamento da obesidade infantil e da saúde respiratória comprometida envolvem a adoção de hábitos de vida saudáveis, que devem ser estimulados desde cedo pela família, pela escola e pelos profissionais de saúde. Algumas das medidas recomendadas são:
- Promover uma alimentação adequada e saudável, baseada em alimentos naturais ou minimamente processados, como frutas, verduras, legumes, cereais integrais, leguminosas, carnes magras, ovos, leite e derivados. Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados, como salgadinhos, biscoitos, refrigerantes, doces e fast foods, que são ricos em calorias, açúcares, gorduras e sal, e pobres em nutrientes.
- Estimular a prática de atividade física regular, de acordo com a idade, o interesse e a capacidade da criança. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que as crianças e adolescentes de 5 a 17 anos pratiquem pelo menos 60 minutos de atividade física moderada a vigorosa por dia, preferencialmente ao ar livre, envolvendo jogos, brincadeiras, esportes, danças, caminhadas, bicicleta, entre outras modalidades.
- Controlar o uso de telas, como televisão, computador, celular e videogame, que podem reduzir o tempo de atividade física, estimular o consumo de alimentos não saudáveis e prejudicar o sono. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda que o tempo de exposição às telas seja limitado a uma hora por dia para as crianças de 2 a 5 anos, e a duas horas por dia para as crianças de 6 a 10 anos, sempre com supervisão e orientação dos pais ou responsáveis.
- Cuidar da saúde mental, oferecendo apoio emocional, afetivo e social às crianças, e ajudando-as a lidar com o estresse, a ansiedade, a depressão e a baixa autoestima. Buscar ajuda profissional, como psicólogo, psiquiatra ou terapeuta, sempre que necessário.
- Acompanhar o crescimento e o desenvolvimento das crianças, realizando consultas periódicas com o pediatra, o nutricionista, o pneumologista e outros especialistas, conforme a necessidade. Realizar exames de rotina, como peso, altura, índice de massa corporal (IMC), circunferência abdominal, pressão arterial, glicemia, colesterol e função pulmonar. Seguir as orientações médicas para o tratamento adequado da obesidade infantil e das doenças respiratórias associadas, usando medicamentos, suplementos, aparelhos ou cirurgias, quando indicados.
- Educar as crianças sobre a importância de uma alimentação adequada e saudável, de uma atividade física regular, de um sono de qualidade e de um cuidado com a saúde mental. Incentivar as crianças a participarem das escolhas e das preparações dos alimentos, a experimentarem novos sabores e texturas, a respeitarem a fome e a saciedade, e a evitarem o desperdício. Promover o envolvimento das crianças nas atividades físicas, respeitando suas preferências, habilidades e limitações, e oferecendo oportunidades de diversão, lazer e socialização. Estabelecer uma rotina de sono adequada, com horários regulares para dormir e acordar, e evitar o uso de telas antes de dormir. Conversar com as crianças sobre seus sentimentos, emoções, medos e sonhos, e ouvi-las com atenção, respeito e carinho.
A obesidade infantil e a saúde respiratória comprometida são problemas sérios, que podem comprometer a saúde e a qualidade de vida das crianças. Por isso, é fundamental prevenir e tratar esses problemas, com a ajuda de profissionais qualificados e de hábitos de vida saudáveis.
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