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Ao contrário do que a maioria das pessoas pensam, as crianças estão tão sujeitas à tuberculose quanto os adultos.
Esse quadro é mais comum entre um e quatro anos, mas pode afetar crianças de todas as idades. Em países em desenvolvimento, como o Brasil, o número de casos de tuberculose é preocupante.
Segundo o Ministério da Saúde, em 2019 foram registrados 73.864 novos casos de tuberculose, sendo que a única faixa etária que teve aumento entre 2010 e 2019, foi a de menos de dez anos. Em 2010 a média de casos era de 4,2 casos a cada 100 mil pessoas e em 2019 essa média passou para 5,7.
Como acontece a infecção da tuberculose?
A tuberculose é causada pelo bacilo de Koch; estima-se que 30% da população é portadora do bacilo, mas nem todos irão desenvolver a doença. Essas pessoas se tornam, então, reservatórios do bacilo, uma vez que seus organismos mantém o bacilo sob controle mas não conseguem destruí-lo.
A proximidade com quem está infectado é o que pode causar a tuberculose, que é transmitida nas gotículas eliminadas pela respiração, por espirros e pela tosse.
Quando o organismo não mais consegue controlar os bacilos eles chegam aos alvéolos. Nesta situação a infecção acontece de fato. Os bacilos se multiplicam e desencadeiam uma reação inflamatória muito intensa em vários tecidos à sua volta.
Além dos pulmões, a tuberculose pode afetar órgãos como os rins, ossos, cérebro, entre outros.
Tuberculose em crianças
Nos pequenos a maior parte dos diagnósticos é de tuberculose pulmonar, mas pode ocorrer desde formas assintomáticas até as disseminadas que são muito graves. Os quadros mais leves, além da febre vespertina, há emagrecimento, suor noturno e tosse persistente.
Nos casos mais graves, pode haver muita dificuldade respiratória, perda de peso significativa devido a atrofia muscular, sérios problemas ósseos com propensão a fraturas, riscos de mais infecções, e até a morte.
As crianças têm dificuldade na expectoração o que dificulta a coleta de material para o diagnóstico. Por isso, o histórico clínico e o histórico epidemiológico de contato com adultos tuberculosos é de grande ajuda para identificar o quadro dos pequenos. O teste cutâneo também é uma ferramenta válida.
Como os sintomas mais comuns são parecidos com os da pneumonia, pode ocorrer uma confusão no diagnóstico, por isso é importante procurar um especialista para realizar os exames necessários.
Formas de tratamento
O tratamento de crianças com tuberculose é feito de forma supervisionada tendo, pelo menos, três retornos semanais a partir da tomada dos medicamentos nos primeiros dois meses e um retorno por semana até o final. Muitas vezes o agente de saúde vai a sua residência com a medicação que deverá ser administrada.
A hospitalização só é considerada em casos mais graves da doença, quando há alguma complicação, como meningite tuberculosa ou intolerância à medicação.
Como proteger meu filho da tuberculose?
A principal forma de proteção contra a tuberculose é a vacina BCG, tomada nos primeiros anos de vida – de zero a quatro anos. Ela é extremamente eficaz contra as formas mais graves da doença, meningite tuberculosa e tuberculose pulmonar.
Vale muito mais a pena fazer o seu pequeno lidar com a picada da vacina do que com a possibilidade de ter uma doença fatal no futuro.
Caso você seja uma mãe com tuberculose, ou tenha alguém com tuberculose em casa, o ideal é afastar o seu pequeno, para evitar o contato, e não utilizar os mesmos objetos (copos e talheres). Após 2 semanas de tratamento a transmissão é muito improvável
Possibilidade de um surto de tuberculose em crianças devido à pandemia
Com a pandemia do novo coronavírus, a nossa rotina mudou e tivemos que nos adaptar muito. O distanciamento social, com certeza, foi o que mais impactou o nosso dia a dia. As pessoas estão passando mais tempo em ambientes fechados e saindo menos de casa.
Por mais que as campanhas de vacinação tenham se intensificado, a população tem uma adesão cada vez menor ao calendário do Ministério da Saúde desde o início da quarentena. Como já mencionamos, a BCG é de extrema importância na prevenção da tuberculose.
Além disso, a COVID afeta os pulmões deixando os indivíduos mais suscetíveis a qualquer tipo de infecção, inclusive a tuberculose pulmonar.
É preciso seguir as medidas de segurança e distanciamento da COVID -19, mas sempre que possível, leve seus filhos para ambientes abertos ao ar livre. Além de distrair do estresse da quarentena, você vai estar cuidando da saúde deles.
E não se esqueça de seguir o calendário de vacinação do Ministério da Saúde para manter a imunização dos pequenos em dia.
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