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O ambiente escolar, especialmente na educação infantil e nos primeiros anos do ensino fundamental, é um dos principais pontos de exposição e transmissão de crianças a vírus respiratórios e gastrointestinais. Isso acontece porque, ao entrar em contato com colegas, superfícies compartilhadas e objetos de uso comum, as crianças são naturalmente mais expostas a microrganismos e, consequentemente, mais suscetíveis às chamadas viroses.
Mas é importante esclarecer: na maioria das vezes, as viroses em crianças são autolimitadas, de curta duração e fazem parte do processo natural de amadurecimento do sistema imunológico. No entanto, há situações em que os sintomas passam do esperado e exigem atenção médica.

Por que as crianças pegam tantas viroses na escola?
Nos primeiros anos de vida, o sistema imunológico infantil ainda está em desenvolvimento. Sendo assim, ao serem expostas a vírus novos, as crianças adoecem mais frequentemente. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), é comum que uma criança saudável apresente de 8 a 12 infecções virais por ano, especialmente entre os 6 meses e os 5 anos de idade.
Isso acontece porque o sistema imune precisa ser “treinado” e a convivência escolar é um dos principais campos de batalha desse treinamento. As crianças compartilham brinquedos, alimentos, objetos e até a própria proximidade física, o que favorece a disseminação de agentes infecciosos.
Quais são as viroses mais comuns no ambiente escolar?
As viroses mais frequentes nas escolas são:
- Infecções respiratórias: resfriados, gripes (influenza), faringites, laringites, e até COVID-19.
- Viroses gastrointestinais: causadas por rotavírus, norovírus e adenovírus, que provocam vômitos, diarreia e febre.
- Conjuntivites virais
- Exantemáticas (com manchas): como a mão-pé-boca e o eritema infeccioso (quinta doença).
A maioria desses quadros tem evolução benigna, com melhora espontânea em alguns dias. No entanto, é essencial observar o comportamento dos sintomas e a evolução clínica da criança.
Sinais de alerta: quando procurar o pediatra?
Apesar de a maior parte das viroses serem leves, existem sinais de alerta que indicam a necessidade de avaliação médica imediata:
- Febre persistente, sem tendência de melhora, por mais de 7 dias, especialmente acima de 39°C;
- Dificuldade para respirar, chiado no peito ou respiração muito rápida;
- Prostração, sonolência excessiva ou irritabilidade na ausência de febre;
- Vômitos intensos ou diarreia que não melhora;
- Sinais de desidratação: boca seca, ausência de lágrimas, diminuição da urina;
- Manchas vermelhas pelo corpo (exantemas), que podem indicar doenças mais sérias como sarampo ou dengue;
- Convulsões ou rigidez de nuca;
- Piora após melhora inicial, o que pode indicar infecção secundária como otite ou pneumonia.
Ficar doente na escola é sempre ruim?
Nem sempre. Do ponto de vista imunológico, adoecer durante a infância é, em parte, esperado e necessário. O contato com diferentes vírus ajuda o sistema imune a “memorizar” esses agentes, desenvolvendo uma resposta mais eficiente em exposições futuras. Ou seja, um certo número de viroses por ano é normal e até saudável.
Desse modo, o problema está na frequência excessiva, nas complicações repetidas ou nos casos em que há sinais de imunidade baixa, como infecções graves, recorrentes e que demoram a melhorar.
Como prevenir as viroses nas escolas?
Embora seja impossível evitar totalmente o contato com vírus, algumas medidas ajudam a reduzir a disseminação das viroses e proteger as crianças:
- Vacinação atualizada: vacinas como gripe (influenza), COVID-19, rotavírus e tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) são fundamentais;
- Ensinar higiene das mãos com água e sabão ou álcool gel.
- Evitar compartilhar objetos pessoais, como copos, talheres e toalhas;
- Manter ambientes ventilados;
- Afastar a criança da escola quando estiver doente, até melhorar;
- Estimular uma alimentação equilibrada e sono de qualidade, fundamentais para a imunidade.
Afinal, quando a criança adoece demais?
Ficar doente frequentemente é normal nos primeiros anos escolares, mas vale acender um alerta se:
- A criança tem infecções graves de repetição, tal como pneumonias ou otites com necessidade constante de antibióticos;
- Apresenta pouca resposta ao tratamento habitual;
- Tem ganho de peso e crescimento comprometidos;
- Ou há histórico familiar de imunodeficiências.
Nesses casos, o acompanhamento com o pediatra ou com um pneumologista pediátrico pode ser indicado para investigar causas como alergias respiratórias, deficiências imunológicas ou outras condições crônicas.
Vale a pena tirar da escola?
Não! Tirar da escola é só adiar o problema. A criança para de adoecer com muita frequência, mas não amadurece de forma natural o seu sistema imunológico. Quando volta para a escola, encontra os mesmos vírus, mas com sistema imunológico despreparado. Assim, as infecções voltam a ocorrer e, em alguns casos, com sintomas mais graves que os anteriores.
Educação para os pais: o que mais é importante saber
- Evite automedicação: nem todo quadro de febre ou tosse precisa de remédios. O uso excessivo de antitérmicos e antibióticos pode trazer mais riscos que benefícios.
- Não subestime os sintomas: ainda que uma tosse ou febre pareça leve, se persistir ou se agravar, vale buscar avaliação médica.
- Confie no pediatra: ele é o profissional mais preparado para guiar a família nas decisões clínicas e acompanhar a saúde da criança.
As viroses fazem parte da infância e do ambiente escolar, mas é importante que pais e responsáveis saibam quando agir. Por isso, reconhecer os sinais de alerta e manter um bom diálogo com o pediatra são passos essenciais para garantir segurança e bem-estar à criança.
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Estamos aqui para cuidar de quem mais importa: seu pequeno.💙
Até a próxima!