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Crianças com asma podem frequentar a escola normalmente, desde que o ambiente esteja preparado para reconhecer e lidar com crises respiratórias.
Quando professores e cuidadores sabem identificar sinais precoces e agir corretamente, o risco de complicações diminui de forma significativa.
Por isso, a parceria entre família, escola e equipe de saúde é fundamental.

Por que a escola é um ambiente estratégico no controle da asma infantil
A escola é o local onde a criança passa grande parte do dia.
Durante esse período, ela pode ser exposta a fatores que desencadeiam crises de asma, como infecções virais, poeira, ácaros, fungos e esforço físico.
Além disso, muitas crises acontecem longe da supervisão direta dos pais.
Por esse motivo, a escola não deve apenas “acolher” a criança com asma, mas estar preparada para atuar de forma segura e rápida.
Quando professores e cuidadores entendem o que é a asma e como ela se manifesta, o manejo se torna mais eficiente.
Consequentemente, a criança se sente mais protegida, confiante e incluída no ambiente escolar.
O que é a asma infantil e como ela pode se manifestar na escola
A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas.
Ela provoca estreitamento dos brônquios, aumento da produção de muco e dificuldade para a passagem do ar.
Na escola, os sintomas mais comuns incluem:
- tosse frequente, principalmente após esforço físico;
- chiado no peito;
- cansaço fora do habitual;
- respiração rápida ou com esforço;
- queixa de aperto no peito;
- dificuldade para falar frases longas durante a crise.
Nem toda crise começa de forma intensa.
Por isso, reconhecer sinais iniciais é essencial para evitar agravamentos.
Fatores escolares que podem desencadear crises de asma
Embora a asma tenha origem multifatorial, alguns elementos do ambiente escolar merecem atenção especial.
Entre os principais desencadeantes, destacam-se:
- poeira acumulada em salas e brinquedos;
- mofo e umidade;
- contato com pó de giz;
- mudanças bruscas de temperatura;
- atividades físicas sem preparo adequado;
- infecções respiratórias circulando na turma.
Quando esses fatores não são identificados, as crises tendem a se repetir com maior frequência.
O papel dos professores no cuidado da criança com asma
O professor não substitui o médico nem a família.
No entanto, ele ocupa uma posição estratégica para observar mudanças no comportamento e na respiração da criança.
Com orientação adequada, o professor pode:
- identificar sinais precoces de crise;
- interromper atividades físicas no momento certo;
- seguir um plano de ação previamente determinado pela criança;
- buscar ajuda rapidamente quando necessário;
- evitar atitudes que aumentem o estresse da criança.
Além disso, uma postura acolhedora reduz o medo e a ansiedade, fatores que também podem agravar a crise.
A importância de um plano de ação para asma na escola
Toda criança com diagnóstico de asma deve ter um plano de ação individualizado, elaborado pelo médico e compartilhado com a escola.
Esse plano deve conter:
- medicamentos de uso diário e de resgate;
- sinais de alerta leves, moderados e graves;
- orientações claras sobre o que fazer em cada situação;
- contatos da família e do serviço de saúde;
- indicação de quando chamar emergência.
Quando o plano é conhecido por professores e cuidadores, a resposta à crise se torna mais rápida e segura.
Como cuidadores e equipe escolar devem agir durante uma crise
Diante de uma crise de asma, algumas condutas fazem toda a diferença.
Condutas corretas incluem:
- manter a criança calma e sentada;
- permitir o uso imediato da medicação de resgate, conforme prescrição;
- afrouxar roupas apertadas;
- observar a resposta ao medicamento;
- acionar a família e serviços de saúde se não houver melhora.
Condutas que devem ser evitadas:
- deitar a criança;
- oferecer líquidos durante a crise;
- atrasar o uso da medicação;
- minimizar os sintomas;
- deixar a criança sozinha.
Essas orientações simples reduzem riscos e aumentam a segurança.
Educação e treinamento: o diferencial das escolas preparadas
Escolas que investem em capacitação têm melhores desfechos em saúde.
Treinamentos periódicos ajudam professores e cuidadores a reconhecer sintomas e agir com confiança.
Esses treinamentos podem abordar:
- o que é a asma;
- como identificar uma crise;
- uso correto do espaçador;
- diferenças entre tosse comum e crise asmática;
- quando acionar emergência.
Além disso, o treinamento fortalece a comunicação entre escola e família.
A participação da família no preparo da escola
A família exerce um papel central nesse processo.
É responsabilidade dos pais informar a escola sobre o diagnóstico, os medicamentos e as orientações médicas.
Algumas atitudes importantes incluem:
- entregar o plano de ação atualizado;
- garantir que a medicação esteja disponível na escola;
- orientar sobre gatilhos específicos da criança;
- manter diálogo constante com professores e coordenação.
Quando a família se envolve, o cuidado se torna mais eficiente e integrado.
Benefícios de uma escola preparada para crianças com asma
Quando a escola está preparada, os benefícios são evidentes.
Entre eles:
- redução de crises graves;
- menor necessidade de atendimentos de urgência;
- maior segurança para professores e cuidadores;
- melhor desempenho escolar;
- inclusão efetiva da criança nas atividades;
- tranquilidade para as famílias.
Além disso, a criança desenvolve mais autonomia e confiança.
A importância do acompanhamento com pneumologista pediátrico
O controle da asma não depende apenas da escola.
O acompanhamento regular com pneumologista pediátrico garante ajuste de tratamento, prevenção de crises e orientação adequada à família e à escola.
Consultas periódicas permitem:
- avaliar controle da doença;
- revisar medicações;
- atualizar o plano de ação;
- orientar sobre atividade física e rotina escolar;
- reduzir faltas e internações.
Esse acompanhamento é essencial para a saúde a longo prazo.
A asma não deve ser um impedimento para a vida escolar da criança.
Quando professores e cuidadores estão preparados, crises são identificadas precocemente e tratadas com segurança.
A parceria entre família, escola e equipe de saúde transforma o ambiente escolar em um espaço mais seguro e inclusivo.
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Até o próximo!
FAQ – Asma e escola
1. Crianças com asma podem praticar educação física?
Sim, desde que a asma esteja controlada e com orientação médica.
2. A escola pode impedir o uso da bombinha?
Não. O acesso à medicação de resgate deve ser garantido.
3. Professores precisam saber usar o espaçador?
Sim. O uso correto melhora a eficácia do medicamento.
4. Toda tosse na escola é crise de asma?
Não, mas deve ser observada, especialmente em crianças asmáticas.
5. A escola pode guardar a medicação?
Sim, desde que haja autorização da família e orientação médica.
6. Quando chamar emergência durante uma crise?
Quando não há melhora após a medicação ou há piora dos sintomas.
7. O estresse escolar pode piorar a asma?
Sim. Emoções intensas podem desencadear crises em algumas crianças.