Doenças erradicadas voltam com queda da vacinação

Tempo de leitura: 3 minutos

A volta de doenças que haviam sido controladas ou erradicadas tem preocupado médicos e autoridades de saúde. Com a queda nas taxas de vacinação infantil, infecções graves como sarampo, rubéola, poliomielite e coqueluche voltam a circular em diversos países. Em 2024, os Estados Unidos registraram um número recorde de casos de sarampo, revelando um cenário alarmante. Este artigo responde às principais dúvidas sobre como a baixa cobertura vacinal pode favorecer o retorno dessas doenças — e por que toda a sociedade deve estar atenta.

A queda nas taxas de vacinação pode trazer doenças de volta?

Sim. Países que já haviam eliminado certas doenças voltaram a registrar surtos quando houve redução nos programas de vacinação infantil — seja por guerras, conflitos ou hesitação vacinal. É o que está acontecendo atualmente nos Estados Unidos: somente no Texas, 753 casos de sarampo já foram confirmados em 2024, com 98 hospitalizações e duas mortes, ambas em crianças. Esse surto teve origem em comunidades com baixas taxas de vacinação.

O que pode acontecer se as taxas caírem ainda mais?

Estudos mostram que a queda vacinal pode gerar impactos devastadores. Um artigo recente estima que:

  • Redução de 10% na vacina MMR (sarampo, caxumba, rubéola) pode levar a mais de 11 milhões de infecções por sarampo em 25 anos;
  • Redução de 50% na vacinação de rotina pode gerar:
    • 51 milhões de casos de sarampo;
    • 9,9 milhões de casos de rubéola;
    • 4,3 milhões de casos de poliomielite;
    • 10,3 milhões de hospitalizações;
    • 159 mil mortes;
    • 5.400 casos de paralisia por poliomielite;
    • 51.200 sequelas neurológicas causadas pelo sarampo.

Pessoas vacinadas também correm riscos?

Sim. Nenhuma vacina oferece 100% de proteção. A vacina tríplice viral (MMR), por exemplo, oferece 97% de proteção com duas doses, o que é excelente. No entanto, se o vírus circular intensamente na comunidade, até mesmo os vacinados correm risco — embora menor — de infecção e doença grave.

A eficácia da vacina pode diminuir com o tempo?

Pode. De acordo com o CDC, a imunidade contra a coqueluche, por exemplo, diminui com o tempo. Pessoas vacinadas na infância, principalmente os idosos, podem se tornar suscetíveis novamente se a doença voltar a circular com força.

Quem não pode receber vacinas?

Algumas pessoas não podem ser vacinadas por motivos médicos. É o caso de imunocomprometidos, como pacientes com câncer ou transplantados. Essas pessoas dependem da proteção coletiva: se todos ao redor estiverem imunizados, o vírus encontra menos oportunidades de se espalhar.

E as gestantes?

Gestantes não podem receber vacinas com vírus vivo, como a da rubéola e a da varicela. Isso representa um risco importante, pois a infecção pela rubéola durante a gravidez pode levar à Síndrome da Rubéola Congênita, que pode causar:

  • Malformações cardíacas;
  • Surdez;
  • Danos neurológicos;
  • Problemas nos olhos, pulmões e tireoide.

Por isso, é essencial que a mulher esteja vacinada antes de engravidar. A comunidade também tem um papel importante em proteger gestantes — mantendo sua própria vacinação em dia.

Quem está em maior risco?

Três grupos preocupam mais:

  • Recém-nascidos, que ainda não foram vacinados e são extremamente vulneráveis;
  • Imunocomprometidos, que não podem tomar todas as vacinas e podem desenvolver formas graves de doenças;
  • Idosos, que podem ter imunidade diminuída e doenças associadas.

O que pode ser feito para evitar a baixa cobertura vacinal?

  • Converse com o seu médico: adultos e crianças devem ter o cartão de vacinação atualizado;
  • Reforce a importância da vacinação em família: converse com outros cuidadores, avós e responsáveis;
  • Lembre-se do coletivo: ao se vacinar, você também protege quem não pode.

A imunidade populacional é construída por todos. A vacinação protege você, sua família e toda a sociedade.


Na Pulmolab, apoiamos o compromisso com a ciência e a prevenção. A queda na cobertura vacinal é um alerta que exige ação coletiva. Quer saber mais sobre vacinação e saúde infantil? Acesse nosso site ou leia mais conteúdos no nosso blog.
👉 www.pulmolab.com.br
👉 blog.pulmolab.com.br

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *