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A volta de doenças que haviam sido controladas ou erradicadas tem preocupado médicos e autoridades de saúde. Com a queda nas taxas de vacinação infantil, infecções graves como sarampo, rubéola, poliomielite e coqueluche voltam a circular em diversos países. Em 2024, os Estados Unidos registraram um número recorde de casos de sarampo, revelando um cenário alarmante. Este artigo responde às principais dúvidas sobre como a baixa cobertura vacinal pode favorecer o retorno dessas doenças — e por que toda a sociedade deve estar atenta.
A queda nas taxas de vacinação pode trazer doenças de volta?
Sim. Países que já haviam eliminado certas doenças voltaram a registrar surtos quando houve redução nos programas de vacinação infantil — seja por guerras, conflitos ou hesitação vacinal. É o que está acontecendo atualmente nos Estados Unidos: somente no Texas, 753 casos de sarampo já foram confirmados em 2024, com 98 hospitalizações e duas mortes, ambas em crianças. Esse surto teve origem em comunidades com baixas taxas de vacinação.
O que pode acontecer se as taxas caírem ainda mais?
Estudos mostram que a queda vacinal pode gerar impactos devastadores. Um artigo recente estima que:
- Redução de 10% na vacina MMR (sarampo, caxumba, rubéola) pode levar a mais de 11 milhões de infecções por sarampo em 25 anos;
- Redução de 50% na vacinação de rotina pode gerar:
- 51 milhões de casos de sarampo;
- 9,9 milhões de casos de rubéola;
- 4,3 milhões de casos de poliomielite;
- 10,3 milhões de hospitalizações;
- 159 mil mortes;
- 5.400 casos de paralisia por poliomielite;
- 51.200 sequelas neurológicas causadas pelo sarampo.
Pessoas vacinadas também correm riscos?
Sim. Nenhuma vacina oferece 100% de proteção. A vacina tríplice viral (MMR), por exemplo, oferece 97% de proteção com duas doses, o que é excelente. No entanto, se o vírus circular intensamente na comunidade, até mesmo os vacinados correm risco — embora menor — de infecção e doença grave.
A eficácia da vacina pode diminuir com o tempo?
Pode. De acordo com o CDC, a imunidade contra a coqueluche, por exemplo, diminui com o tempo. Pessoas vacinadas na infância, principalmente os idosos, podem se tornar suscetíveis novamente se a doença voltar a circular com força.
Quem não pode receber vacinas?
Algumas pessoas não podem ser vacinadas por motivos médicos. É o caso de imunocomprometidos, como pacientes com câncer ou transplantados. Essas pessoas dependem da proteção coletiva: se todos ao redor estiverem imunizados, o vírus encontra menos oportunidades de se espalhar.
E as gestantes?
Gestantes não podem receber vacinas com vírus vivo, como a da rubéola e a da varicela. Isso representa um risco importante, pois a infecção pela rubéola durante a gravidez pode levar à Síndrome da Rubéola Congênita, que pode causar:
- Malformações cardíacas;
- Surdez;
- Danos neurológicos;
- Problemas nos olhos, pulmões e tireoide.
Por isso, é essencial que a mulher esteja vacinada antes de engravidar. A comunidade também tem um papel importante em proteger gestantes — mantendo sua própria vacinação em dia.
Quem está em maior risco?
Três grupos preocupam mais:
- Recém-nascidos, que ainda não foram vacinados e são extremamente vulneráveis;
- Imunocomprometidos, que não podem tomar todas as vacinas e podem desenvolver formas graves de doenças;
- Idosos, que podem ter imunidade diminuída e doenças associadas.
O que pode ser feito para evitar a baixa cobertura vacinal?
- Converse com o seu médico: adultos e crianças devem ter o cartão de vacinação atualizado;
- Reforce a importância da vacinação em família: converse com outros cuidadores, avós e responsáveis;
- Lembre-se do coletivo: ao se vacinar, você também protege quem não pode.
A imunidade populacional é construída por todos. A vacinação protege você, sua família e toda a sociedade.
Na Pulmolab, apoiamos o compromisso com a ciência e a prevenção. A queda na cobertura vacinal é um alerta que exige ação coletiva. Quer saber mais sobre vacinação e saúde infantil? Acesse nosso site ou leia mais conteúdos no nosso blog.
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