Asma e escola: como preparar professores para crises

Tempo de leitura: 6 minutos

Crianças com asma podem frequentar a escola normalmente, desde que o ambiente esteja preparado para reconhecer e lidar com crises respiratórias.

Quando professores e cuidadores sabem identificar sinais precoces e agir corretamente, o risco de complicações diminui de forma significativa.

Por isso, a parceria entre família, escola e equipe de saúde é fundamental.

Por que a escola é um ambiente estratégico no controle da asma infantil

A escola é o local onde a criança passa grande parte do dia.
Durante esse período, ela pode ser exposta a fatores que desencadeiam crises de asma, como infecções virais, poeira, ácaros, fungos e esforço físico.
Além disso, muitas crises acontecem longe da supervisão direta dos pais.

Por esse motivo, a escola não deve apenas “acolher” a criança com asma, mas estar preparada para atuar de forma segura e rápida.
Quando professores e cuidadores entendem o que é a asma e como ela se manifesta, o manejo se torna mais eficiente.
Consequentemente, a criança se sente mais protegida, confiante e incluída no ambiente escolar.

O que é a asma infantil e como ela pode se manifestar na escola

A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas.
Ela provoca estreitamento dos brônquios, aumento da produção de muco e dificuldade para a passagem do ar.

Na escola, os sintomas mais comuns incluem:

  • tosse frequente, principalmente após esforço físico;
  • chiado no peito;
  • cansaço fora do habitual;
  • respiração rápida ou com esforço;
  • queixa de aperto no peito;
  • dificuldade para falar frases longas durante a crise.

Nem toda crise começa de forma intensa.
Por isso, reconhecer sinais iniciais é essencial para evitar agravamentos.

Fatores escolares que podem desencadear crises de asma

Embora a asma tenha origem multifatorial, alguns elementos do ambiente escolar merecem atenção especial.

Entre os principais desencadeantes, destacam-se:

  • poeira acumulada em salas e brinquedos;
  • mofo e umidade;
  • contato com pó de giz;
  • mudanças bruscas de temperatura;
  • atividades físicas sem preparo adequado;
  • infecções respiratórias circulando na turma.

Quando esses fatores não são identificados, as crises tendem a se repetir com maior frequência.

O papel dos professores no cuidado da criança com asma

O professor não substitui o médico nem a família.
No entanto, ele ocupa uma posição estratégica para observar mudanças no comportamento e na respiração da criança.

Com orientação adequada, o professor pode:

  • identificar sinais precoces de crise;
  • interromper atividades físicas no momento certo;
  • seguir um plano de ação previamente determinado pela criança;
  • buscar ajuda rapidamente quando necessário;
  • evitar atitudes que aumentem o estresse da criança.

Além disso, uma postura acolhedora reduz o medo e a ansiedade, fatores que também podem agravar a crise.

A importância de um plano de ação para asma na escola

Toda criança com diagnóstico de asma deve ter um plano de ação individualizado, elaborado pelo médico e compartilhado com a escola.

Esse plano deve conter:

  • medicamentos de uso diário e de resgate;
  • sinais de alerta leves, moderados e graves;
  • orientações claras sobre o que fazer em cada situação;
  • contatos da família e do serviço de saúde;
  • indicação de quando chamar emergência.

Quando o plano é conhecido por professores e cuidadores, a resposta à crise se torna mais rápida e segura.

Como cuidadores e equipe escolar devem agir durante uma crise

Diante de uma crise de asma, algumas condutas fazem toda a diferença.

Condutas corretas incluem:

  • manter a criança calma e sentada;
  • permitir o uso imediato da medicação de resgate, conforme prescrição;
  • afrouxar roupas apertadas;
  • observar a resposta ao medicamento;
  • acionar a família e serviços de saúde se não houver melhora.

Condutas que devem ser evitadas:

  • deitar a criança;
  • oferecer líquidos durante a crise;
  • atrasar o uso da medicação;
  • minimizar os sintomas;
  • deixar a criança sozinha.

Essas orientações simples reduzem riscos e aumentam a segurança.

Educação e treinamento: o diferencial das escolas preparadas

Escolas que investem em capacitação têm melhores desfechos em saúde.
Treinamentos periódicos ajudam professores e cuidadores a reconhecer sintomas e agir com confiança.

Esses treinamentos podem abordar:

  • o que é a asma;
  • como identificar uma crise;
  • uso correto do espaçador;
  • diferenças entre tosse comum e crise asmática;
  • quando acionar emergência.

Além disso, o treinamento fortalece a comunicação entre escola e família.

A participação da família no preparo da escola

A família exerce um papel central nesse processo.
É responsabilidade dos pais informar a escola sobre o diagnóstico, os medicamentos e as orientações médicas.

Algumas atitudes importantes incluem:

  • entregar o plano de ação atualizado;
  • garantir que a medicação esteja disponível na escola;
  • orientar sobre gatilhos específicos da criança;
  • manter diálogo constante com professores e coordenação.

Quando a família se envolve, o cuidado se torna mais eficiente e integrado.

Benefícios de uma escola preparada para crianças com asma

Quando a escola está preparada, os benefícios são evidentes.

Entre eles:

  • redução de crises graves;
  • menor necessidade de atendimentos de urgência;
  • maior segurança para professores e cuidadores;
  • melhor desempenho escolar;
  • inclusão efetiva da criança nas atividades;
  • tranquilidade para as famílias.

Além disso, a criança desenvolve mais autonomia e confiança.

A importância do acompanhamento com pneumologista pediátrico

O controle da asma não depende apenas da escola.
O acompanhamento regular com pneumologista pediátrico garante ajuste de tratamento, prevenção de crises e orientação adequada à família e à escola.

Consultas periódicas permitem:

  • avaliar controle da doença;
  • revisar medicações;
  • atualizar o plano de ação;
  • orientar sobre atividade física e rotina escolar;
  • reduzir faltas e internações.

Esse acompanhamento é essencial para a saúde a longo prazo.


A asma não deve ser um impedimento para a vida escolar da criança.
Quando professores e cuidadores estão preparados, crises são identificadas precocemente e tratadas com segurança.
A parceria entre família, escola e equipe de saúde transforma o ambiente escolar em um espaço mais seguro e inclusivo.

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Até o próximo! 


FAQ – Asma e escola

1. Crianças com asma podem praticar educação física?

Sim, desde que a asma esteja controlada e com orientação médica.

2. A escola pode impedir o uso da bombinha?

Não. O acesso à medicação de resgate deve ser garantido.

3. Professores precisam saber usar o espaçador?

Sim. O uso correto melhora a eficácia do medicamento.

4. Toda tosse na escola é crise de asma?

Não, mas deve ser observada, especialmente em crianças asmáticas.

5. A escola pode guardar a medicação?

Sim, desde que haja autorização da família e orientação médica.

6. Quando chamar emergência durante uma crise?

Quando não há melhora após a medicação ou há piora dos sintomas.

7. O estresse escolar pode piorar a asma?

Sim. Emoções intensas podem desencadear crises em algumas crianças.

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